a miúda da porta do lado

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Desfocado
Porque será que, por vezes, a promessa de tudo parece nada e a promessa de pouco parece tudo?


Everybody look at me, me
I walk in the door you start screaming
Come on everybody what chu here for?
Move your body around like a nympho
Everybody get your necks to crack around
All you crazy people come on jump around
I want to see you all on your knees, knees
You either want to be with me, or be me!

Maneater, make you work hard
Make you spend hard
Make you want all, of her love
She's a maneater
make you buy cars
make you cut cards
make you fall real hard in love
She's a Maneater, make you work hard
Make you spend hard
Make you want all, of her love
She's a maneater
make you buy cars
make you cut cards
Wish you never ever met her at all!

And when she walks she walks with passion
when she talks, she talks like she can handle it
when she asks for something boy she means it
even if you never ever see it
everybody get your necks to crack around
all you crazy people come on jump around
you doing anything to keep her by your side
because, she said she love you, love you long time!

Maneater, make you work hard
Make you spend hard
Make you want all, of her love
She's a maneater
make you buy cars
make you cut cards
make you fall real hard in love
She's a Maneater, make you work hard
Make you spend hard
Make you want all, of her love
She's a maneater
make you buy cars
make you cut cards
Wish you never ever met her at all!

Maneater, make you work hard
Make you spend hard
Make you want all, of her love
She's a maneater
make you buy cars
make you cut cards
make you fall real hard in love
She's a Maneater, make you work hard
Make you spend hard
Make you want all, of her love
She's a maneater
make you buy cars
make you cut cards
Wish you never ever met her at all!
Never ever met her at all!
you wish you never ever met her at all!
you wish you never ever met her at all!
you wish you never ever met her at all!
you wish you never ever met her at all!

Nelly Furtado

quinta-feira, dezembro 28, 2006



Shes a good girl, loves her mam a
Loves jesus and america too
Shes a good girl, crazy bout elvis
Loves horses and her boyfriend too

Its a long day living in reseda
Theres a freeway runnin through the yard
And Im a bad boy cause
I dont even miss her
Im a bad boy for breakin her heart

And Im free, free fallin
Yeah Im free, free fallin

ll the vampires walkin through the valley
Move west down ventura boulevard
And all the bad boys are standing in the shadows
A ll the good girls are home with broken hearts

And Im free, free fallin
Yeah Im free, free fallin
Free fallin, now Im free fallin, now im
Free fallin, now Im free fallin, now im

I wanna glide down over mulholland
I wanna write her name in the sky
Gonna free fall out into nothin
Gonna leave this world for a while

And Im free, free fallin
Yeah Im free, free fallin

Tom Petty

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Antes do Dia a Seguir...


Numa tarde fria de Inverno que não era suposto (segundo os códigos das amizades normais entre um rapaz comprometido e uma rapariga solteira que “Alguém ditou um dia”), Joana e Francisco encontram-se com o intuito de ultimar os presentes de Natal e aproveitar a tarde para, tranquilamente, colocar a conversa em dia. O objectivo secreto (ou melhor, quase secreto – porque foi descaradamente divulgado pelo Francisco em tom de brincadeira) era aproveitar a luz do dia para esclarecer sentimentos, detectando defeitos, fossem físicos fossem comportamentais, de cada um. A esperança residia no seguinte pressuposto:

Depois de jantares a meia-luz e de uns copos de vinho tinto com uma pessoa que nos acompanha há alguns anos, com a qual gostamos de conversar, com a qual temos valores e convicções em comum, a qual consideramos bonita física, emocional e psicologicamente...parece provável que mais cedo ou mais tarde se torne inevitável surgir a chamada química. O toque no braço que ganha outro significado, o olhar que diz coisas que a boca não ousa, o sentir dos aromas que se intensifica, os lábios que entreabrem com o desejo de beijar, a temperatura do corpo que aumenta e o coração que dispara quase até ser audível ao exterior...Mas sejamos realistas, à luz do dia, numa tarde stressante de compras, entra e sai de lojas, “agora não gosto desta ideia”, “afinal não era bem isto que eu queria”, “hummm...não sei... queria comprar algo especial – percebes?”, ninguém é assim tão irresistível? Aliás há seres humanos que se tornam verdadeiramente insuportáveis em contextos banais como na simples actividade de “fazer compras”...

Depois de a Joana ter chegado 15 minutos atrasada à hora já adiada durante a manhã (era sempre a mesma coisa e ele também não esperou muito), encontram-se numa das zonas centrais de Lisboa, Saldanha. Alheios à azáfama envolvente da quadra natalícia, cumprimentam-se com um abraço e uma sensação de conforto por estarem juntos. Começaram por ir beber um café, tipo fase de preparação para as compras. O café passou a lanche e a conversa banal passou a descoberta ou aprofundamento do ser. Os olhares foram mudando de expressão assim como, o tom das palavras, o discurso, as perguntas e respostas, e a distância que os separava. Não só a física.

Passaram-se talvez duas, ou quase três horas nenhum dos dois teve bem a noção, até finalmente terem coragem (não vontade) de sair daquele espaço mais privado para o centro comercial onde era necessário enfrentar o frio, a confusão, as prendas, as pessoas, os outros... Foi relativamente rápida a concretização da tarefa. Presentes, alguns um pouco afastados da idealização prévia, foram comprados. No fundo, deixou de interessar se a pessoa x ou a pessoa y ia realmente gostar do presente b ou c, o que interessava era a conversa de há pouco que estava animada, entusiasmante, reveladora e que tinha deixado “água na boca”, sede de saber mais, de conhecer mais, de trocar mais experiências e revelar mais fragilidades e ambições, sede de estar, sede de ficar mais perto, sede que era imperativo matar antes que alguém, ou algo a tentasse afogar. Nesse dia o risco de afogamento foi-se tornando improvável até ser reduzido a impossível. O dia era deles e até acabar e chegar o dia a seguir nada os iria afastar.

Com um novo pressuposto (os anteriores ficaram um pouco em stand by) a noite era uma criança e havia tanto por falar, ouvir e conhecer. Novos espaços, novas características, novos segredos por revelar, novas sensações, gostos e sabores... Partiram para o carro para irem à procura de um sítio para jantar. Não havia muita fome, nem queriam ir para um restaurante à séria. O que interessava era o espaço ser mais uma descoberta que, combinasse com a atmosfera existente, que permitisse comer algo para não cair em fraqueza mas, que não ocupasse muito tempo ou necessitasse de muita dedicação uma vez que a comida não seria, de todo, o centro do momento.

O restaurante que tinha vindo à memória não se enquadrava bem no perfil pretendido mas era necessário tomar decisões para não roubar demasiado tempo e lá se puseram ao caminho. Por obra do acaso outro espaço fantástico e ideal surgiu diante dos olhos. Lá estiveram confortáveis, deliciados com a escolha e com o que viam e sabiam um do outro. Para ela, cada olhar mais atento o faziam mais belo e encantador. Seria da camisa branca que lhe assentava a matar, o cabelo despenteado e descontraído, seria das armas que estavam no chão? Não soube responder mas sentiu e encantou-se...

Os beijos que trocaram a seguir, os abraços, os carinhos, as palavras doces do sentir, sem promessas mas com todo o fulgor do fim, que não se avistava ainda mas que sabiam inerente, fez vibrar de paixão, amor e sedução. A força dos abraços só foi trocada pelo abraço dos amantes que tranquilamente descansam de ternura e sonolência imposta pela intensidade do momento. O dormitar que imperava levou-os para o plano dos sonhos... o acordar e o adeus para a madrugada fria do dia a seguir...

Não combinaram encontrar-se mas é provável que o façam pois são amigos para além dos amantes que foram. O que sentiram ficou em cada um deles num determinado espaço de tempo e momento da história. Que tipo de momentos mais o futuro reserva a Francisco e Joana só o tempo o dirá e apenas a Deus pertencem esses segredos.



* Homenagem aos meus filmes românticos favoritos.



terça-feira, dezembro 19, 2006

Sem nunca parar mas com ritmos diferentes para diferentes perspectivas, o Universo vive e faz movimentar as peças do grande puzzle.

O objectivo é traçado e todos os meios são geridos à velocidade por ele decidida para que o objectivo seja atingido. Custe a quem custar, doa a quem doer, compreendam ou não os envolvidos e os que assistem, o Universo é implacável, perseverante e mesmo que espreite por cima do ombro nunca volta atrás. Compreendamos ou não, fazemos parte de um “plano maior” que não nos compete comandar apenas aceitar e lutar por desempenhar, da forma mais genial possível, o nosso papel, o lugar do puzzle que nos foi atribuído.

Pelo que interpreto, faz parte da nossa missão conquistarmos uma nova e melhor posição no puzzle, ou seja, as peças não têm uma forma nem posição estanques, são mutáveis ao longo do tempo. Mas não podemos perder a consciência de que o Universo terá sempre de escolher as peças para encaixarem em determinado espaço. Ele é “o sábio” que conhece o formato em que se encontra a nossa peça em cada momento da sua vivência (consequentemente na nossa vivência também). Ele vê de fora, de cima, enquanto a nossa perspectiva é de dentro e não conhecemos todas as outras peças em jogo.

Conspiração do Universo, Destino, Conjuntura Astral, Deus, Cadeia de Acções ou o que lhe queiramos chamar e acreditar, a verdade é que há algo que move as “peças” fora e acima de nós. O seu poder é superior ao nosso, o nosso controlo nada serve perante as suas tomadas de decisão.

Teoria 2: Ou será que sem sabermos somos nós mesmos? Os nossos reais e suprimidos desejos que nunca revelamos nem mesmo a nós próprios, talvez apenas durante os sonhos? As verdadeiras vontades humanas, será que são elas que controlam o Universo? Será que achamos que o poder não nos pertence por não termos consciência dele?




segunda-feira, dezembro 18, 2006

Páginas soltas

Eu já conhecia esta intenção da parte dele, e para ser sincera acho que nem sequer é o facto de ele se ir embora que me deixa abalada mas sim a consciência de que um capítulo da minha história chegou ao fim, que a curta (mas parecendo interminável) história que passámos juntos se encerrou aqui e hoje na varanda sobre Lisboa, no diálogo, também, breve porque o nó na minha garganta era demasiado grande para conseguir falar, os meus olhos estavam demasiado pesados com lágrimas escondidas e a mente andava perdida em momentos passados - nos muito bons e nos muito muito maus.

Tenho andado a recalcar na profundidade do meu ser este passado mas hoje foi inevitável que viesse à tona... Há dias assim. Mas como eu lhe disse (ainda consegui balbuciar algumas palavras antes de fazer uma retirada estratégica para não me desmanchar à frente dele) ano novo, vida nova!!! Tenho a certeza absoluta que 2007 vai ser um grande ano para todos os que em 2006 sofreram, mas cresceram, aprenderam e ficaram uns degraus acima na escadaria que leva à felicidade.

Contos encantados ao adormecer

Castelos e palácios majestosos protegidos por fortalezas de pedra, com torres que servem de miradouros para os montes tranquilos que possuem quartos luxuosos de princesas ou feiticeiras. Salões de baile com pé-direito longínquo abraçado por céus com nuvens esbatidas a pincel, anjos e harpas que protegem e vigiam secretamente quem se encanta, ilude e dança. Paredes povoadas de requintados quadros com os retratos da família, e peças de arte da mão do mais famoso da região, do país ou do mundo. Jardins vastos traçados por labirintos verdes que cobrem os humanos que por lá se perdem e encontram. As fontes achadas nas encruzilhadas salpicam as rosas brancas perfumadas dos deslumbrantes jardins encantados. Príncipes e princesas de vestidos sumptuosos que passeiam, sem dar as mãos mas notando todo o calor que emanam, riem, suspiram, conversam, sonham e escondem-se por entre a magia dos cheiros e sons que a brisa doce sopra nas noites calmas e estreladas das quentes Primaveras de países distantes.

Momentos imaginados, segredados durante o sono ou quem sabe recordados de outras vidas, outros tempos, outros cenários, as mesmas crenças e as mesmas vontades.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Changes

Quando todo o Universo parece conspirar contra nós acredito que é altura de mudar. Não sou a favor de abandonarmos os nossos sonhos, as nossas ambições, a nossa crença, os nossos valores mas, se tudo à nossa volta nos faz sentir mal, como se carregássemos um fardo demasiado pesado* é altura de mudar qualquer coisa. Nem que seja a forma de demonstrarmos aos outros o que nos vai na alma de modo a tentar virar o Universo a nosso favor. Se não resultar é porque há algo mais a precisar de mudar...

Changes

You can change any man
You can change any man
A friend
A tragic end
You can change at any hour
Change the colour of a flower
You can change at any hour
Change a song that needs a change

You can change of opinion everyday
You can change all the rocks you find in your way
Change your mind
Change your life
Change the changes
Change the chances
You can change your shoes
You can change your blues
You can change the colour of your soul
Change your friends
Change your lens
But you know your heart you can't change
Change
You can change the world
You can change a lot more
You can change the girl who lives next door
Change your eye
Day and night
Change your eye
Day and night
You can change your shoes
You can change your blues
You can change the colour of your soul
Change your friends
Change your lens
But you know your heart you can't change
Change

You can change any man
You can change any man
A friend
A tragic end
You can change at any hour
Change the colour of a flower
You can change at any hour
Change a song that needs a change
Change a song that needs a change
Change a song that needs a change

The Gift

* Esta expressão, “(...) um fardo demasiado pesado...”, recorda-me o pequeno Hobbit no Sr. dos Anéis. Ele pensou em desistir muitas vezes da sua missão mas foi mudando ao longo do seu percurso e nunca abandonou a sua missão. Do sucesso da sua missão dependiam muitas vidas, incluindo a própria, tal como acontece a todos nós (em menor escala).

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Exposições em Lisboa

I - Na Gulbenkian: Amadeo de Souza-Cardoso “Diálogo de Vanguardas”

Muito concorrida, tal qual centro comercial nesta época natalícia, mas o propósito da azáfama é bastante mais nobre. Ter a honra de estar perante a obra de um dos mais grandiosos pintores portugueses, pela criatividade, genialidade da expressão e pela capacidade de produzir obras atrás de obras em pouco mais de 10 anos da sua vida profissional. A interrogação que todos fazem é: Se não tivesse morrido com 31 anos quão maior teria sido a sua Obra? Simplesmente fe-no-me-nal.

Na mesma exposição ainda temos a oportunidade de conhecer as afinidades e contrastes de outros grandes artistas seus contemporâneos como Modigliani, Brancusi, Gleizes, Malevitch, Sonia e Robert Delaunay ou Picasso (dizem que lá estava um quadro de Picasso, eu não vi L).

Pelo que pude apurar, a totalidade da exposição é composta por cerca de 260 obras das quais 190 são de Amadeo. Parte das obras pertencem à própria Gulbenkian, muitas provém de colecções privadas e as restantes da Bibliothèque National de France, Centro Pompidou, British Museum, National Gallery de Washington, Tate, MoMA, Guggenheim ou museus do Chiado, Arte Antiga e Amadeo de Souza-Cardoso, entre outros.

Não me parece necessário acrescentar nada mais para convencer os ainda-não-visitantes a marcarem o compromisso nas suas agendas. Até 14 de Janeiro na Fundação Calouste Gulbenkian.






II - Na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (no belíssimo Jardim das Amoreiras): Sónia Delaunay “Experimentação entre vanguardas e artes decorativas”

Quem percorre lentamente as paredes das salas com os quadros expostos (em molduras de particular bom gosto) tem a sensação de desfolhar um catálogo de amostras de tecidos. Estampagens, atrás de estampagens, umas muito diferentes das outras, nas quais as diferentes influências se denotam e equilibram em imagens de guache em papel e cartão harmoniosamente criadas por uma senhora de um bom gosto intemporal e alguma audácia à mistura.

Para quem não conhece nem nunca ouviu falar:

Sonia Delaunay (Ucrânia. 1885--Paris, 1979) casada com Robert Delaunay, pintor cubista. Passaram alguns anos das suas vidas em Portugal, mais propriamente em Vila do Conde onde fomentaram a sua amizade com Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana e Almada Negreiros.